Texto Base: Lucas 19:1-10
Introdução
No caminho para Jerusalém, Jesus passa por Jericó, uma cidade de comércio próspero e cheia de contrastes sociais. Entre a multidão que desejava ver Jesus, está um homem de pequena estatura, mas de grande riqueza — e grande pecado — chamado Zaqueu. Sua história é um retrato vívido de como o encontro verdadeiro com Cristo transforma o coração e conduz ao arrependimento genuíno, acompanhado por frutos visíveis: a restituição.
Este esboço destaca as marcas do arrependimento verdadeiro à luz da conversão de Zaqueu.
1. A Busca de Zaqueu (v. 1-4)
Zaqueu era chefe dos publicanos, e rico. Isso o tornava odiado pelos judeus, pois os publicanos eram vistos como traidores e ladrões.
Apesar disso, ele “procurava ver quem era Jesus”. Esse desejo não surgiu por acaso. O Espírito Santo já estava operando em seu coração, provocando inquietação e sede por algo que o dinheiro não podia comprar.
Mesmo com obstáculos — sua baixa estatura e a multidão — ele sobe numa árvore para ver Jesus. Um sinal de que seu orgulho já estava sendo quebrado.
Aplicação: Quando o coração começa a se mover em direção a Deus, não há obstáculo que permaneça. O verdadeiro arrependimento começa com um coração que deseja ver a Jesus, mesmo que tenha que se humilhar.
2. O Chamado de Jesus (v. 5)
Jesus para exatamente embaixo da figueira brava (sicômoro) e chama Zaqueu pelo nome: “Desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa”.
Esse é o chamado pessoal e gracioso do Salvador. Jesus não espera que Zaqueu se limpe antes; Ele entra para transformar a casa por dentro.
A urgência do chamado (“hoje”) e a iniciativa de Jesus revelam que a salvação é obra da graça.
Aplicação: Jesus nos chama pelo nome, independentemente do nosso passado. Ele deseja entrar na nossa casa, no nosso íntimo, para redimir, limpar e transformar.
3. A Resposta de Zaqueu (v. 6-8)
Zaqueu desce rapidamente e o recebe com alegria. A salvação gera alegria imediata. Mas essa alegria logo se expressa em uma atitude concreta: arrependimento com frutos.
Zaqueu se levanta e diz:
“Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais” (v. 8).
Esse é o verdadeiro arrependimento:
- Reconhece o pecado (“se em alguma coisa tenho defraudado”),
- Decide mudar (“dou aos pobres”),
- Repara os danos (“restituo quatro vezes mais”).
A Lei de Moisés previa restituição dobrada (Êxodo 22:1), ou até quatro vezes em caso de roubo violento. Zaqueu vai além — não por imposição, mas por amor.
Aplicação: Arrependimento verdadeiro gera ações práticas. Não basta sentir; é preciso corrigir. A fé que salva é a fé que transforma.
4. A Declaração de Jesus (v. 9-10)
“Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.
Jesus declara a salvação de Zaqueu não apenas porque ele falou belas palavras, mas porque ele mostrou frutos dignos de arrependimento.
Zaqueu agora é chamado de “filho de Abraão”, não por herança genética, mas por fé (cf. Romanos 4:11-12).
Cristo reafirma seu propósito: buscar e salvar os perdidos — mesmo aqueles considerados irrecuperáveis pela sociedade.
Aplicação: A salvação de Zaqueu nos lembra que não há pecado tão grave que o poder redentor de Cristo não possa perdoar. A salvação é hoje para quem ouve sua voz e se entrega a Ele de todo coração.
Conclusão
A história de Zaqueu é uma poderosa ilustração do arrependimento que gera restituição. Um homem que passou de explorador a generoso, de perdido a salvo, de rejeitado a incluído. Tudo isso porque teve um encontro com Jesus.
Se você já foi alcançado por Cristo, examine se há em sua vida frutos de arrependimento. O Evangelho nos convida a restituir, reconciliar e reconstruir o que foi quebrado pelo pecado.
“Hoje” ainda é tempo de salvação. Se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração.